Cracolândia não existe por existir
É preciso que esteja ali
Ali são fabricados:
-não só viciados
Mas viciados, que afileiram as listas de beneficiados por programas sociais
Que que tem de errado?
Nada! Se não fosse superfaturado!
Viciados com plus "a mais". Redundante? Talvez, porém serei cortês:
Ovelhas para o rebanho religioso...
E para que serve o pastor?
Ora, para tosquiar!
E assim que a ovelha engordar, corta-se a jugular.
Cracolândia! quantas vezes me servi. Dos pulguentos hotéis que haviam ali. Da pedra que apenas me movia por outra pedra. Consciente de minha inconsciência. Meu lar, minha demência. Quantos boquetes provisionais precisei para meu desjejum. Quantas "barrigudinhas", solventes no debrum. Ahhhh Cracolândia, para onde rumam os zumbis de
walking dead;
I couldn't say so I set down to write it instead. Estupros, relações sem proteção, quantos filhos deixei?
Esta miríade de garotos e garotas propaganda! Fazendo programa.
E os aproveitadores. Ahhh meus queridos aproveitadores. E como se aproveitaram de mim! Era uma disneylândia. Meu corpo, minha mente, um parque de diversões.
Minha história passada e repassada na tv das donas de casa. Esse clichê-sarjeta tão irresistível. Meu espelho nos programas evangélicos da madrugada. Era o 'ismo' do coitadismo. Deixei-me levar.
Todavia... um dia resolvi acordar. Tinha cansado de ser cabo-eleitoral. Pior que a
nóia, os políticos me faziam passar mal. Resolvi crescer. Ascender. Esquecer religião. Ganhar meu pão. Sem clínica, sem amigos. Só uma erva ao pior indício. Estar limpo, manter-se limpo. Na rara felicidade, na constante tristeza. Aguentar humilhação de cara limpa. Ser pisoteado, mas não recair para crescer. Em suma: -viver.
A rua é mais fácil. Não precisa lutar, basta cair. Basta fraquejar. Basta deixar-se levar.
A loucura destruiu esta geração. Engordou as burras dos maiores aleivosos, próditórios, e hipócritas que a sociedade teima em bajular. E como lambem o saco!!!
Liguem a teve! Contemplem os hipócritas. Os fingidores. Permitam que manipulem suas emoções, como eu permiti. É uma disneylândia.
Mas hoje não. Nem amanhã.
Brahms me salvou.
Heidegger me salvou.
O cloridrato de metadona me salvou.
Eu me salvei. Conseguir ver o mundo sem máscaras. Não permiti que me colocassem ali, naquele depósito de defuntos vivos. Crimes de bagatela, sexo sem preservativo. Crianças ao lixo. Não! A realidade é dura, e é preciso ser moído por esta dureza. Não dá pra aceitar o cabresto. O cabresto não! Nem por necessidade.
Cracolândia.
O sentimento de comiseração fabril da autocomiseração.
Cracol
êndia.
Crack. Crack. Crack. A subserviência para a escravidão. Televisão. Reportagens, repórteres, reportando a mesmice. Manipulação. Defraudação. Os olhares compassivos e compreensivos dos homens e mulheres da tevê. Simplesmente não aguento mais.
Ah! Cracolândia, és eterna.
Só que eu saí da caserna. Cansei de ser assim. Cansei que falassem por mim. Bati a porta e não olho mais pra trás. Hoje tenho raiva. Como permiti?!
Cracolândia...
...um dia te destruirei como me destruí.
Por tudo o que passei.
Será feio, será horror. Chocante. Atroante.
Está na hora de corroer aquilo que corrói.
Ser implacável consigo mesmo. Secar a fonte. Na lâmina, na bala. Na violência se necessário.
Quando eu voltar, será para acabar com ti.
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